Concorrendo ao Emmy de melhor filme de TV, “The Survivor” foi lançado ao público mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto em setembro de 2021 e, desde então, vem encantando quem assiste, sobretudo por causa das cenas marcantes em torno do holocausto.
Dirigido por Barry Levinson, a trama é baseada em uma história real, o que faz dela ainda mais chocante. A estrela do filme é Harry Haft, interpretado pelo ator Bem Foster, um boxeador que sobreviveu a um campo de concentração durante o genocídio de judeus cometido pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Harry, polonês, carrega consigo uma culpa que o consome já que, durante esse período, ele foi obrigado a lutar contra outros prisioneiros e, como forma de evitar as câmaras de gás, enviou diversos judeus em seu lugar.
Isso acontecia de modo que, o polonês era colocado para lutar com os judeus, sob comando dos nazistas e para a diversão deles. As lutas eram sob pena de vida ou morte: quem perdia, ia para a câmara de gás, assim, Harry carrega 76 mortes derivadas da luta.
As sombras do passado o consome, as quais inclusive são visíveis no seu corpo, agora mais magro e fraco, o que faz um paralelo com cenas do prisioneiro no campo de concentração de Auschwitz, onde era um musculoso lutador.
O filme faz um paralelo entre passado e futuro. Agora, Harry ainda se mantém como boxeador e, em suas lutas, é apresentado como o “Orgulho da Polônia e o sobrevivente de Auschwitz”.
As lutas são transmitidas mundialmente e o boxeador faz de tudo para que sejam amplamente divulgadas, isso porque deseja, reencontrar o seu primeiro amor, sua primeira namorada, quem acredita ainda estar viva.
“The Survivor” mostra como a culpa o consome e como ele usa a luta como sua maior arma e, ao mesmo tempo, sua maior defesa para conviver consigo mesmo.