A Amazon está entrando com tudo no mundo da ficção científica e da fantasia. Sua última tentativa de capturar uma audiência com uma história épica, Carnival Row, mistura elementos mitológicos profundos com questões muito atuais sobre raça, classe, imigração e identidade sexual.
Sem dúvida, Carnival Row é comparada de maneira preguiçosa e imprecisa a Game of Thrones, o que, é claro, não é verdade. O roteiro anterior de Travis Beacham (Electric Dreams, de Philip K. Dick) é um tanto obscuro em seus interesses e histórico, e foi ampliado com a ajuda do co-criador e escritor Rene Echevarria (Star Trek: Deep Space Nine).
Carnival Row tem um elenco forte e se você estiver com a mente aberta para ver como os seres humanos, as fadas e as criações entre espécies lutam para se dar bem em um mundo sombrio de realismo mágico e um Jack, o Estripador – somando táticas policiais britânicas – repletas de maquinações políticas, uma série de assassinatos em série sobrenatural e tribos díspares de combatentes -, então esta é a sua série.
A série conta a história de Carnival Row, parecida com uma Londres antiga, onde um assassino está à solta e o investigador Rycroft Philostrate (Orlando Bloom) é o único que se dispõe a parar com os assassinatos e manter a intranquila paz. Porém, a chegada de Vignette Stonemoss (Cara Delevingne), uma refugiada das fadas de Turnanoc – uma nação que está em guerra-, força o policial a enfrentar seu passado.
Philo, como é conhecido, se apaixonou por Vignette (Cara Delevingne), uma bibliotecária feroz que virou guerreira durante a guerra. Quando ela é uma das últimas a fugir do Pacto, anos depois, e se dirige para a Burgue, eles se encontram (não agradavelmente, já que ela pensou que ele estava morto todos esses anos), em um esforço para descobrir as múltiplas forças que rasgam Burgue.
O elenco de apoio inclui Jared Harris (Chernobyl) e Indira Varma (Game of Thrones) como um político poderoso e sua esposa controladora; David Gyasi (Interestelar) como um rico marginalizado; Simon McBurney (A voz mais alta) como ator de teatro e peça-chave para um mistério maior de assassinato; e Karla Crome (Desajustados) como prostituta fae e melhor amiga da Vignette. Todos apresentam performances fortes, assim como Andrew Gower e Tamzin Merchant como aristocratas de irmãos e irmãs com fortunas em queda.
De maneira geral, Carnival Row possui um roteiro envolvente, com uma direção que entrega resultados excelentes – que fazem com que o telespectador sinta que este mundo realmente existe.
A trilha sonora também é comovente, o tom celta empregado nas melodias insere drama e uma vontade de continuar ouvindo-a. A direção de arte também fez um trabalho incrível, permitindo que o público esteja presente no momento. A primeira temporada encerrou com apenas oito episódios, mas sem dúvidas deixou um gostinho de quero mais.